sábado, 17 de fevereiro de 2007

Isto é um título

Estou de volta aos meandros da blogosfera após um longo hiato de 11 dias, que pareceram quase 12. Pude constatar que na minha ausência não aconteceu rigorosamente nada de relevante neste blog, à semelhança do que se passa nas alturas em que eu estou por cá a debitar palavras.
Tenho dialogado com as 0,027 pessoas que diariamente têm visitado este sítio e um dos aspectos que tem merecido mais reparos é o fundo, não gostam. Provavelmente será porque não distrai as pessoas o suficiente dos textos, obrigando-as a reparar neles, o que é grave.
Não sei se têm a noção disto, mas não fazer nada é considerado preguiça, e fazer ainda menos é considerado desporto. Faz sentido? Confiram este assunto polémico aqui.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Ele há cada uma que parece mesmo uma e uma só

Devido à falta de ignorância de muita gente é que somos obrigados a frequentar establecimentos de ensino e a aprender coisas deveras interessantes (e outras com bastante menos interesse, isto é, estúpidas e inúteis). A verdade é que com isto ficamos mais cultos e deixamos de andar na rua às cambalhotas, andamos de pé o que até dá bastante jeito por causa das costas, e não só.
Hoje tenho uma história para vos contar que tem muito a ver com o que vos falei anteriormente, pois o indivíduo interveniente nesta história andava de pé. Ele chamava-se (sim, chamava-se, já não se chama, decidiu mudar de nome depois do seu falecimento porque achou que era giro) Sebastiantónio Fagestrudércio. Um dia devido a uma pedra que tinha no sapato descalçou-se e voltou a calçar o sapato. No entanto a pedra continuava enfiada no sapato e ele voltou a descalçar-se e a calçar-se voltando a encontrar a pedra. Foi então que, já irritado, decidiu descalçar-se, tirar a pedra de dentro do sapato e calçar umas sapatilhas. Esta história, apesar de não parecer, possui uma moral que é a seguinte: por mais que descalcemos e voltemos a calçar o sapato, a pedra não vai de lá sair emquento não a tirarmos. Tirem daqui as vossas próprias conclusões, ou entao comentem e digam se é estúpido o suficiente para manter o nível deste magnífico blog =)

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

O que têm a música, a droga e a filatelia em comum? Acertou, nenhum destes temas é referido neste post

Houve uma altura em que eu disse que a religião é um mecanismo de controlo social e de subjugação do povo. Logo em seguida mandaram-me calar e passei para temas mais interessantes, nomeadamente a importância das manhãs da TVI na sociedade portuguesa. Como foi uma conversa extremamente breve, sobrou-me tempo para fazer outras coisas. A propósito, hoje vi longos mas poucos minutos do "Prós e Contras", na RTP1, onde várias pessoas se encontravam em amena cavaqueira a discutir o referendo acerca da despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Basicamente, foi dito exactamente isto, mas de uma forma completamente diferente:

"O que tudo fizeste é contra a lei, sua criminosa! Bem, não vais para a prisão, podes ir à tua vida. Ficamos assim. Não refiles muito senão sou capaz de te castigar de uma forma muito levezinha!".

"Concordo plenamente com a liberalização do aborto, a mulher é que decide. Ela e o médico! A mulher tem todo o direito de abortar de assim o entender. Se o médico deixar, é claro! Portanto, a última palavra é da mulher. Quer dizer, a penúltima.".

"Estou revoltado contra o facto de a plateia bater palmas quando os apoiantes do sim discursam. Isto só prova como a campanha do sim tem sido baseada no extremismo e na irracionalidade, são todos uma cambada de bandidos, vêm para aqui com claque organizada e tudo, isto é uma vergonha!".

Em suma, isto leva-me a dizer que é uma grave lacuna não existir uma terceira opção neste referendo, que é o "assim-assim", cujos apoiantes defenderiam a sua ambiguidade com total convicção.


Ah, e a propósito, este é o meu primeiro post em que duas frases consecutivas fazem sentido. Prometo melhorar nesse especto, e no meu próximo post prometo que nenhuma frase irá fazer sentido. Uma no máximo, vá lá, mas das mais curtas.

Porque é que a Terra insiste em andar à volta do Sol?

Anda muito boa gente por aí a dizer certas e determinadas coisas que no fundo no fundo até tem algum sentido mas que por mais que uma pessoa se tente lembrar não chega lá. Ou seja, está tudo maluco, excepto eu, claro, que estou maluquinho! Por vezes até tentam falar sobre assuntos de que ninguém quer saber mas que no fim todos sabem e querem divulgar a quem nao sabe porque querem que quem nao sabe fique a saber o que eles sabem mas que não queriam saber. Posto isto, acho que é o momento oportuno para dizer que sim! Ou que não! Apesar de este ano estar entre o próximo e o anterior, há coisas que não me dizem respeito mas que eu respeito apesar de tudo porque sou uma pessoa respeitadora que respeita tudo e todos os que me respeitam. Não é por mal mas acho que ja chega destas coisas! As pessoas deviam de ter noção dos seus erros e corrigir os erros que cometem para depois nao voltarem a cometer os mesmos erros que cometeram anteriormente. E tudo isto é verdade, porque está aqui escrito. Pelo menos parece que está aqui escrito. Está!

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Há actividades muito monótonas mas que se forem exercidas durante duzentas horas consecutivas parecem espectaculares

Algumas pessoas terão ficado intrigadas com as questões retóricas levantadas pelo meu último post. Incrivelmente, nenhuma respondeu. Isto demonstra duas coisas: primeiro, existiu intriga, e segundo e não menos importante, tratou-se de um post. A partir daqui, não é impossível determinar com muito pouco insucesso que nunca deixaremos de negar que conseguimos transmitir exactamente o contrário daquilo que não pretendemos dizer. Confuso? Ignorem a primeira vírgula. Às vezes torna-se francamente difícil comunicar, sobretudo quando isso envolve pessoas. Duas pessoas podem estar a olhar exactamente a mesma coisa e ter interpretações diferentes, sobretudo se uma delas for daltónica. Isto remete-nos para a história de hoje. Aurélio era uma pessoa sensível, sempre sofreu muito com os problemas dos outros, talvez por ser hipocondríaco. Era muito patriota, pois costumava hastear a bandeira nacional do Zaire. Para ganhar a vida lidava com resíduos nucleares e nos tempos livres era milionário. Certo dia, enquanto hasteava a bandeira, Aurélio viu o "Você na TV". Imediatamente perdeu a fé na raça humana e passou a dedicar-se à apicultura. Como era comunista, fartou-se de explorar as operárias. Decidiu tentar a sua sorte lá fora e saiu de casa. Segundos depois a sua casa foi demolida sem aviso prévio, ficando reduzida a entulho. Passou então a dedicar-se a um negócio mais lucrativo: organizar eventos, desde manifestações, assaltos a bancos, convívios de ex-combatentes até corridas de street-racing em contramão. Mais cedo ou mais tarde, aquilo tinha de correr mal, e, durante um convívio de ex-combatentes, houve uma discussão e pessoas que se zangaram entre si. Obrigado a desistir do negócio, Aurélio passou a dedicar-se aos monólogos, que são o equivalente de um diálogo entre o professor Marcelo Rebelo de Sousa e um(a) entrevistador(a). As crónicas de Aurélio tinham alcançado um grande sucesso, pois recebia imenso feedback do público. De repente todas as televisões deixaram de funcionar, pelo que Aurélio deixou de receber feedback. No entanto, Aurélio não esmoreceu. Sempre que a vida lhe corria mal, tinha pensamentos optimistas, tais como "Amanhã é outro dia". E de facto assim acontecia. "O pior já passou", pensava também, nos dias em que o seu pior inimigo passava por ele de carro. Numa quarta-feira de manhã, enquanto olhava para a lua, teve uma ideia: meter-se nas sondagens. Pegando numa combinação das expressões "C&A", "& Filhos", "Ltd." e "S.A, arranjou um nome para a sua nova empresa. A primeira primeira sondagem telefónica levada a cabo pela sua empresa chegou a uma conclusão impressionante: um número elevado de pessoas que estão nas páginas amarelas, a roçar os 100%, possui telefone fixo. Logicamente, os autores desta conclusão foram despedidos porque isso já tinha sido descoberto há 4 meses atrás pela concorência. O negócio começou a correr mal pois Aurélio começou a perder os torneios de matraquilhos e sueca da empresa. Mas foi então que tudo mudou na vida deste homem. No dia 19 de Janeiro de 2005 do século XXI, um dia extremamente fresco e solarengo, ás 14h e 12 minutos, em Lisboa, Portugal, no Parque das Nações, mais especificamente no parque de estacionamento, Aurélio foi atropelado e faleceu.

Coisas um bocado estúpidas, muito parvas e bastante inúteis

Era uma vez um indivído chamado Asfilófio Abelárbio que tinha três filhos, duas mulheres e um desentupidor de canos. Estava sempre a pensar no emprego pois, se alguém desse pela falta dele era despedido. Tinha cerca de vários amigos, nomeadamente alguns, e costumava ir jogar à bola com eles na cozinha. Quando esta estava ocupada com alguém a fazer um castelo de areia eles iam para a despensa. No entanto os amigos estavam sempre a queixar-se de que o campo era demasiado grande o que implicava um esforço extra e uma força sobrenatural que eles não possuíam. Apesar disso eles eram bons amigos e só lhe pediam dinheiro emprestado quando AA (era assim que os amigos lhe chamavam porque o seu nome era demasiado vulgar e acharam que AA para além de não ser tão vulgar, era divertido, tinha dois As e definia bastante bem inutilidade do indivíduo) o tinha. Uma das suas mulheres era cega e não via bem. Também era careca mas insistia em andar com o cabelo apanhado. Confiava bastante no marido pois nunca o tinha visto com nenhuma mulher. Os seus filhos eram bastante normais. Um era gago, estrábico e coxeava o que fazia com que o seu irmão, que era mudo, cego e não tinha pernas, estivesse sempre a gozar com ele. Na escola chamavam-lhe irmãos por serem filhos dos mesmos pais, o que os irritava imenso e fazia com que de vez em quando levassem uma tareia do melhor amigo, visto que os amigos são para as ocasiões e aquela era uma ocasião. Gostavam de brincar com talheres, urinar, pintar os lábios e coleccionar saliva. A outra mulher de AA era bastante pequena e estava, juntamente com um líquido viscoso guardada num frasco devidamente fechado e etiquetado para não ser confundido.
Um dia Asfilófio Abelárbio caminhava pela rua cantarolando uma música da sua autoria que ele tinha inventado quando de repente escorrega numa casca de ananás, bate com a cabeça no chão, levanta-se e continua a caminhar. Mais à frente encontra um contentor do lixo tombado e pensa: "Será que tranquei a porta de casa?". Dirigiu-se a uma loja de electrodomésticos com o intuito de comprar aspirinas. -Tem roupa interior lavada?, pergunta AA curioso. -Tenho sim, responde o balconista com um sorriso de orelha a orelha. -E aspirinas, tem?, questiona AA com ar de quem quer comprar aspirinas. -Aspirinas não, senhor. -E televisores?, pergunta AA já indignado. -Televisores temos, diz o balconista apontando para os televisores que estavam ao lado de outras coisas. -Então muito boa tarde, diz AA saindo depois pela janela que dava para o outro lado.
Já a caminho de outro sítio AA encontra um indivíduo estendido no chão cheio de sangue e sem reacção. Ajoelha-se junto do pobre coitado e pergunta-lhe se está desmaiado ao que este responde afirmativamente abanando a cabeça. AA ficou extremamente irritado pois o indivíduo tinha desmaiado precisamente no meio do passeio, o que dificultava o andamento dos peões causando um enorme engarrafamento, e disse: -Oh pá, queres desmaiar, por mim tudo bem! Não desmaies é aqui no meio do passeio! Vai antes alí para a estrada. Queres ajuda?.
Já era tarde e Asfilófio Abelárbio resolveu ir para casa. Quando estava a abrir a porta reparou que esta tinha ficado destrancada e pensou: "Quem terá deitado o contentor ao chão? Malvados".